sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quatro estações

Engraçado como as folhas de outono caídas na rua sempre me chamam atenção. Por as folhas estarem mais próximas de mim, me sinto mais integrada à natureza, como se estivesse caminhando por uma floresta.

Me lembro das histórias infantis em que a menininha tem que atravessar a densa e deserta floresta à noite. Penso nas folhas como um rio vermelho que tem o leito interrompido pelos porteiros dos prédios que insistem em varrer as calçadas, acabando com a minha fantasia.

Mas esse ano eu percebi uma coisa a mais, embora óbvia: o outono é época de renovação. Quando as folhas caem é como se tudo ficasse bagunçado. É como aquela faxina que nós fazemos no armário de cima, ou como aquela mudança na nossa vida que causa um caos total.

Mas isso é apenas o que vem antes da primavera, que traz flores lindas e folhas verdinhas, que chegam a brilhar refletindo a luz do sol.

E me dei conta de que tudo faz parte de um ciclo. Que assim como a natureza, nossa vida às vezes precisa de uma bagunça total, de inversão de tudo - o que está em cima cai, e o que era verde vira vermelho.

E nessas horas temos que saber apreciar esse caos, tirar dele o melhor, até chegar à primavera. Nã adianta aguardarmos ansiosamente pela estação das flores e mergulharmos na angústia enquanto ela não chega, pq aih estaremos perdendo um pedaço da vida, estaremos desperdiçando uma estação.

E a vida é curta...

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